quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Blooping


Hoje, no programa Queridas Manhãs, o nosso simpático João Paulo Rodrigues teve a amabilidade de afirmar que, relativamente ao passatempo Furo da Sorte, "Curiosamente, todas as pessoas que ganharam, eram pessoas que precisavam mesmo do dinheiro". 
Pois... Não creio que senhores que não precisem, como o Ricardo Salgado e afins, se vão dar ao trabalho de participar num passatempo para ganhar (com possibilidades remotas) cerca de 1000€, onde só têm que gastar 0,74€. 
Oportunidades para ganhar dinheiro sem fazer muito, neste caso, onde só é preciso uma chamada, não é apelativo para pessoas que estejam numa situação confortável financeiramente.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Sabe-se que é amor, quando se faz 200 km a pé

Hoje, durante a hora do lanche, cá por casa, estavam a ver na tv o programa do Rodrigo Faro. Neste episódio, um senhor (não me recordo o nome) tinha ido lá para voltar a conquistar a sua amada Sheila que, segundo o pouco que - não me esforçando por perceber, me enfiaram pelos olhos e ouvidos dentro - ele expulsou de casa, há alguns anos, mais as duas filhas. Depois, segundo o que percebi, ele arrependeu-se e andou a pé 200 Km para voltar a falar com ela e chegou inclusive a dormir na rua durante a viagem.
No estúdio, estava este senhor com o Rodrigo, supostamente a cheirar objectos que lhe faziam lembrar a mulher e as filhas (sim, cheirar) e aparecia numa tv um repórter a falar com a suposta Sheila. Ele pergunta-lhe:
- O que me diz de ele [o ex-marido] ter andado 200 km a pé só para fazerem as pazes?
Respondo eu, alto:
- Que tem boas pernas para andar. [riso maléfico]
Claro que mais ninguém se riu, só eu...
E é por estas coisas que ninguém gosta de mim.
Bolas.

domingo, 31 de julho de 2016

É-se naturalmente elegante ...

"Alguém elegante não se imita – porque não basta ter, tem que ser. Ser educado, ser reservado, ser generoso, ser simples, ser distinto. E ser é algo difícil de conseguir: faz parte de um refinamento adquirido ao longo de anos, e que se entranha na pele, tornando-se tão natural quanto respirar. Ser é uma caraterística que pertence à alma e não ao dinheiro.
Atualmente as pessoas definem-se cada vez mais pelo dinheiro: há os que têm e os que não têm. Esta é uma forma simplista de classificar o mundo pelos padrões de consumo e riqueza. Simplista e, paradoxalmente, pobre.
O que nos define é a forma como tratamos os outros, porque isso diz tudo de nós. Não é o que temos, mas o que sai de nós que revela quem somos."


da coluna Chique é tratar bem os outros, num site com literatura de fim de semana, mas neste caso, com aspectos relativamente interessantes.

O único comentário que me ocorre é relativo ao segundo parágrafo. Eu também tenho uma forma de classificar o mundo bastante simplista e, paradoxalmente, pobre. Resume-se a dois aspectos, colocados por ordem de importância: inteligência e carácter. Porque na falta do segundo, com a primeira, predomina (quase) sempre o bom senso. Cada um é como cada qual.

sábado, 30 de julho de 2016

A arte de "piropar"



Folgo em saber que, com aquela legislação que proíbe os piropos, os cavalheiros que, pelo nosso país se encontram, acabam por ser já mais contidos nas abordagens e talvez até mais humorísticos. Já não tão vulgares.
Durante um passeio pela tarde, o ano passado, algures no Outono, levava eu uma capa vermelha elegante, mas que, apesar disto, fazia muito lembrar a capa do capuchinho vermelho. De repente, o carro que passa na estrada abranda, ao pé do semáforo (só lá estava eu), e um dos rapazes do carro, o condutor, grita-me: "Olá, olha, este é o João* (o amigo que ia no lugar do pendura) e ele pergunta se pode ser o teu lobo mau." Timidez clara da parte do João, que se encolheu todo no banco (ai, ai!), mas não deixou de ser uma abordagem engraçada e interessante.
Podem continuar assim que as meninas agradecem.

* Chamemos-lhe João







O caminho directo para o sucesso, segundo Rivera

"Como escreve Lauren A. Rivera, Professora de Gestão na Kellogg School of Management, num livro publicado recentemente, adequadamente intitulado Pedigree: How Elite Students Get Elite Jobs, o caminho mais directo para o sucesso é o seguinte: nascer, no mínimo, numa classe média alta; ser filho de pais endinheirados; saber que ambientes académicos devem frequentar desde os últimos tempos da educação secundária – conhecimento esse adquirido a partir dos seus progenitores “bem-educados” e de conselheiros académicos com pouco que fazer; envolver-se, precocemente, em desportos competitivos da preferência das elites, como o lacrosse, o ténis, a vela, o ski ou o golfe – basquetebol nem pensar – e, por fim, preparar-se bem o suficiente para entrar numa universidade de elite. Na altura de se procurar o “bom emprego”, o candidato deve igualmente saber na ponta da língua não o que aprendeu nos bancos das prestigiadas e caríssimas universidades que frequentou, mas as boas regras de etiqueta dos ambientes de elite."

Educação, pedigree e a perpetuação das elites, reportagem no site VER




Elitismo recto

Quino

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A vontade provocada pelo corpo escultural de uma mulher

Quino





Depois de te amar tão loucamente

Depois de te amar tão loucamente,
depois dessa paixão que me abrasou,
depois dessa tesão omnipotente
que os ossos do bom senso devorou,

achei-me um dia só, subitamente,
perguntando-me – agora onde é que vou
sem ninguém a quem amar intensamente,
sem ninguém a quem me dar tal como sou?

E a resposta não veio. Fiquei sozinho
afogando-me em desespero e vinho,
em tristes píveas, em anti-depressivos

e de ti, que hoje és apenas história,
guardo somente a saudosa memória
num pintelho entalado entre os incisivos.

Francisco Correia Pina


                                             (...Soberbo! Soberbo!)

Patriotismo, Liderança e outras coisas

"Tento sobreviver à demência do País e às minhas tristezas pessoais. Felizmente existem livros, amigas e amigos, música, a família, o cão e os gatos. Sou das mais afortunadas. Mas o desrespeito da classe política por todos nós - a coberto de uma suposta acção "patriótica", o que torna tudo ainda mais nojento - a falta de sentido de dever para com o País, a insanidade e falta de vergonha com que nos brindam a cada instante, instigam à revolta. Já não se trata de mim ou dos meus, trata-se do País inteiro. Trata-se de uma questão elementar: quem poderá parar esta gente? Quem, em Portugal e na Europa, onde se juntaram os piores dos maus, será capaz de pensar com clareza, bondade e autoridade? Onde estão os honrados, os nobres de carácter, os verdadeiros líderes ?"

Palavras de Helena Vasconcelos



Encontrei este texto no blogue Mortal e Rosa e o que me faz transcrevê-lo aqui é mesmo a facilidade de dedução de uma resposta para a última pergunta realizada. Mas não me vou distender com palavreado heróico e apelativo relativamente à situação. Podia. Podia começar aqui a vaguear e a falar heroicamente de como fazem falta as pessoas honradas e por aí... mas não, a resposta é simples e é clara:
Essas pessoas honradas, grandes líderes, etc e tal, estão a sofrer exactamente pelos mencionados acima no texto, os "sem vergonha", que possuem a tal falta de sentido de dever para com o país. Portanto, a resposta é fácil. Esses, estão por baixo dos corruptos e dos corrompidos que, com a enorme sede de poder, não vêem mais nada à frente. Tentam rebaixar quem não é como eles, consideram-nos fracos, pequenos, sem interesse. Esses tais "nobres de carácter" são escassos, raros. Misturados com a podridão desta selva imensa parecem pequeninas estrelinhas num universo negro e infeliz. Eles existem e são fortes. Mas é uma questão de maioria ... quando os vemos, não notamos. Quando são notados, brilham.
Se o país pode mudar? ... Pode. Alguma vez mudou?... Não. Vale a pena haver esperança?... Sim! Sem esperança, só há morte e este país precisa é de vida!


Ser desobediente inteligentemente


"É que, em última análise, a desobediência inteligente não diz respeito apenas a proteger-se a si mesmo, mas a proteger toda a equipa."

site da Ver, artigo: "Desobediência Inteligente".


Não é novidade para ninguém que a sociedade é constituída por "ovelhinhas" bem comportadas que fazem tudo aquilo que lhes mandam. O grande problema é esta falta de sentido crítico de muitas pessoas da sociedade. Desobediência têm muita, sentido crítico têm pouco.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Visita por Portalegre - Mosteiro S. Bernardo

Hoje faço uma pausa na escrita criativa para partilhar algumas fotografias interessantes da minha cidade. A publicação vai ser longa, mas vale a pena.

O local é interessante e quero dar alguma utilidade às fotografias que tenho no disco. É a minha cidade natal e, como não tenciono seguir, de forma nenhuma, a carreira de historiadora de arte (é apenas um hobbie), ou algo que se pareça, não tenho ideias de as utilizar alguma vez.
As fotografias sem fonte são todas de minha autoria, do ano de 2012. Não haverá problemas que sejam utilizadas (algum dia, quem, por pesquisa sobre o convento, vier cair ao blogue).


O Convento ou Mosteiro de S. Bernardo também é conhecido pelo Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Monjas da Ordem de Cister. Foi fundado em 1518 por D. Jorge de Melo. Actualmente está lá instalada a Escola Prática da Guarda Nacional Republicana, escola conhecida pelo país, e é lá, todos os anos, que se realiza a Feira da Doçaria Conventual.


(Fonte: wikipédia)

Era aqui que ficavam as "donzelas sem dote", ou seja, mulheres que não tinham grandes possibilidades económicas. 
Em Portalegre, existiram diversos conventos, sendo uns conhecidos por albergarem senhoras mais "ricas" e outras mais "pobres". Este é o segundo caso.


(Fonte: wikipédia)

As arcadas do mosteiro



Um dos claustros do Convento. Neste caso, penso que seria apenas utilizado por madres superioras, madres e irmãs não sendo permitida a entrada a noviças. Os dois claustros (bem como a igreja) estão classificados como Monumento Nacional desde 1910.  


Interior do sub-coro. O cadeiral é composto por duas séries de cadeiras, sendo visível apenas o pormenor de algumas (onde as monjas se sentavam a rezar ou cantar)




Pormenor e vista geral de uma das portas do convento. Diz-se que quando algumas mulheres tinham filhos que não queriam ou não podiam criar, os colocavam ali para serem aceites pelas monjas. (Tenho que me informar acerca da veracidade desta informação)


Pormenor de um painel de azulejos (azulejaria do século XVIII)


Túmulo de D. Jorge de Melo.
Terá dito Filipe II de Espanha, sobre o mesmo: "Grande gaiola para tão pequeno pássaro". 
Feito totalmente em mármore de Estremoz. Como figuras centrais observa-se o próprio deitado na parte superior do túmulo e as representações de São Joaquim e Santa Ana, ao centro, em cima. 



Nota: Para ser mais prático utilizo, na publicação, alguns termos vulgarmente utilizados em arquitectura.
Para mais informações: aqui


domingo, 24 de julho de 2016

O amor, aquele "raio"

...e que raio de raio que é o raio do amor!
Ah, sentimentozinho malvado!



" (...) Michael Corleone viu-se em pé, com o coração batendo-lhe no peito; sentiu uma pequena tontura. O sangue circulava aceleradamente através do seu corpo, através de todas as suas extremidades e chocava-se nas pontas dos dedos das mãos e dos pés (...) Parecia que o seu próprio corpo tinha saltado para fora dele mesmo. E então ouviu os dois pastores rirem.

- Foi atingido pelo raio, hein? - Perguntou Fabrizzio, batendo-lhe no ombro. (...) Você não pode esconder o raio. Quando ele atinge uma pessoa, toda a gente vê. (...) Era a primeira vez na vida que tal coisa lhe acontecia. Não era nada semelhante às suas paixões de adolescente (...) isto era um desejo esmagador de posse, era uma impressão indelével do rosto da rapariga no seu cérebro e ele sabia que ela lhe perseguiria a memória em cada dia da sua vida se não a possuísse. A sua vida simplificara-se, focalizara-se num ponto, tudo o mais não merecia sequer um momento de atenção. (...) Sentiu aquela falta de ar, aquela invasão do seu corpo por uma coisa que não era somente desejo mas uma posse louca. Compreendeu pela primeira vez o ciúme clássico do homem italiano. Estava naquele momento disposto a matar qualquer pessoa que tocasse naquela rapariga, que tentasse reclamá-la, arrebatar-lha. Queria possui-la tão selvaticamente como um avarento quer possuir moedas de ouro, tão famintamente como um meeiro quer a sua própria terra. Nada iria impedi-lo de ter aquela rapariga, possuí-la, trancá-la numa casa e mantê-la  prisioneira só para ele. Não queria que ninguém a visse sequer. A família compreendeu logo que era um caso clássico do «raio»..."

    Mario Puzo, `O Padrinho´


sábado, 23 de julho de 2016

As pessoas inteligentes fazem coisas estúpidas

"Um estudo, conduzido pela James Madison University e pela Universidade de Toronto, concluiu que quanto maior for o nível de inteligência, maior a probabilidade de dar a resposta errada. 
De acordo com os investigadores, as pessoas mais inteligentes cometem este tipo de erros devido à forma como utilizam a lógica — habituados a ter respostas certas muito rapidamente, são mais enganados por este tipo de armadilhas. Isso explica porque é que muitos alunos das mais prestigiadas universidades dos Estados Unidos falharam nas respostas a estas perguntas."

As 8 características das pessoas mais inteligentes que as levam a falhar:
Excessivamente confiantes;
Pressionam demasiado as pessoas;
Precisam de estar sempre certas;
Falta-lhes inteligência emocional;
Desistem quando falham;
Não são persistentes;
Fazem muitas coisas ao mesmo tempo;
Têm dificuldades em aceitar as opiniões dos outros.

Apesar de saber que eu tenho também inteligência emocional (daí os meus picos de estupidez, por vezes), sinto um ligeiro dejá vu ao ler o artigo.

Ego

Depois de muita ponderação (e troca de ideias) afirmo que, quem tem a plena consciência do seu valor pode dar-se ao luxo de dizer-se livre (dos preconceitos mentais criados pela sociedade).
Não há necessidade de fazer passar uma imagem grandiosa quando há a certeza que não se é pequeno por dentro.

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Perfil de um Líder (artigo integral no site VER)

Não há dúvida que é dos melhores artigos que já li sobre o tema, além de que, partilho, na íntegra, da mesma opinião. Quem detém o poder de liderança actualmente já deve ser visto como alguém que consegue extrair o melhor das pessoas e fazê-las trabalhar com motivação e conseguindo obter excelentes resultados.

Para lê-lo na totalidade, carregar aqui.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

A "geração Y"

Nesta reportagem, afirma-se que a geração Y (nascidos entre 1980 e meados de 90), sendo mais desinibida e liberal, não faz tanto sexo quanto a anterior (nascidos 25 anos antes). São postas em aberto várias hipóteses que talvez expliquem o porquê da diminuição do número de parceiros sexuais, incluem motivos financeiros, viver em casa dos pais, falta de emprego por parte dos elementos masculinos, etc.
Em relação a isto creio (e creio, pois é algo que para mim tem mais lógica) que o motivo principal é exactamente a existência de uma mentalidade mais aberta. Numa sociedade em que não há preconceitos com a relação sexual nem a timidez que evite a abordagem de um elemento do sexo oposto, existirá a liberdade para fazer sexo sempre que se entender e quiser, logo, é perfeitamente normal que esta "geração Y" não pense tanto no assunto, da mesma forma que gerações mais antigas o faziam.
Por isso, acho que, apesar de as hipóteses colocadas em causa sejam minimamente prováveis, o verdadeiro motivo é exactamente o tipo de mentalidade em si.


terça-feira, 19 de julho de 2016

No impossível a concorrência é menor

"Eu gosto do impossível, porque lá a concorrência é menor." Walt Disney

Qual é a piada de ir onde toda a gente vai? fazer o que toda a gente faz?
Quando tive que optar por dois temas que me interessavam, no começo da fase final do meu mestrado, ponderando entre um, carregado de informação e em que qualquer tema que escolhesse não iria trazer nada de novo ao mundo (nem encher-me de felicidade - o ponto fulcral) e um outro que adorava e que me iria permitir aprender e descobrir mais, preferi optar pelo segundo. Tive bastantes problemas, principalmente ao nível da escassez de informação, mas não me arrependo. Entre fazer algo que eu amo e ficar feliz e fazer algo somente para agradar aos outros (ainda por cima os outros nunca ficam agradados com nada), sempre optarei pela primeira situação.
Não vale a pena ir a favor da sociedade. Eu não fico feliz por ver a sociedade feliz, mas fico satisfeita quando a sociedade me deixa em paz.

Falta a vírgula

No último jogo em que a selecção nacional de futebol se sagrou campeã da Europa, Éder terá gritado à frente da câmara: "É nossa, ..." exactamente como consta abaixo:


Só que aqui falta a vírgula, para marcar a pausa: "É nossa vírgula car...".

Língua portuguesa é língua portuguesa, com ou sem palavras feias, há que saber utilizar correctamente a pontuação.


quinta-feira, 14 de julho de 2016

Dança do ventre

Há mulheres que afirmam que não sabem apreciar outras mulheres. 
Eu sou heterossexual assumida e sei apreciar uma mulher bonita. Neste caso, uma dançarina de dança do ventre. Nota-se claramente que domina bem a técnica e exprime, na dança, alguma sensualidade e, um certo quê, de sexualidade. Pena que os anos passem e as mudanças que se fazem nem sempre são para melhor (em resposta a vídeos mais recentes encontrados pela net). Mas partilho dois dos antigos. Dão para apreciar a sua beleza e sensualidade: 



                                          



Maluquices de uma miúda com a mania...

Hoje, enquanto remexia uma papelada antiga minha, pelo quarto, encontrei num papel, no meio de outras coisas escrevinhadas, isto escrito:

"Estou à espera de ser grande, para ver se o que eu penso é verdade. Se não for, mato-me!"

Bem, visto que já nem me lembro do que me estaria a passar pela cabeça nessa altura, acho que ainda vou ficar por cá mais alguns anos.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Música do dia - Falem agora

É o single de apresentação do novo álbum da fadista Fábia Rebordão, que deverá ser lançado no final do ano.
Ouvi-o há dias no Meo Music.
Belíssimo!



Representação mitológica





Terrina com bandeja (vermeil - "prata dourada")
François-Thomas Germain (1748)
Museu Gulbenkian


Partilho pelo pormenor da parte superior de uma terrina: representa um sátiro (se não estou enganada) e uma criança a "brincarem" com um bode. 
É lindíssima a forma de trabalho da prata dourada e, principalmente, são belos e delicados os pormenores aplicados à cena principal.

Uma teoria interessante para ser investigada (bolinha vermelha)



A performance sexual
Título original: Les Performances amoureux
Tradução de Cidália de Brito
Éditions Balland, 1976


"«Beijo-te a cona» está carregado de tanta emoção como o «amo-te»."

Pois, pois está. Acredito que uma frase destas é proveniente de uma grande emoção, nascida no fundo da alma. Lá mesmo do fundo, fundinho... e sou capaz até de chorar, com tanta emoção que me provoca ouvi-la. (Se bem que, infelizmente, a mim nunca ma disseram) Mas, hoje em dia, as pessoas já não estão muito viradas para a emoção.
Não há cá já «amo-te's» sentidos e muito menos «beijo-te o pipi» ditos em tom apaixonado.
São os tempos modernos ...

domingo, 10 de julho de 2016

Quando falo com termos técnicos de produção animal a pessoal das artes

Não escondo de ninguém que a minha "área de actuação", por ser a minha área preferida, a qual escolhi para aprofundar conhecimentos, é zootecnia (arte de criar animais).
Por vezes, durante conversas com pessoal que trabalha no meio cultural, acabo por puxar um pouco estes assuntos mais ligados à minha área. Não muito, claro. Mas acabam por surgir, consoante os contextos. 
Há dias, isso aconteceu. 
Enquanto estava a conversar com duas jovens interessantes e cultas, dei por mim a explicar a diferença entre uma cabra com uma péssima condição corporal e mal estruturada e outra que não o era. Enquanto isto, reparei que, apesar do meu esforço, não me estavam a entender. Claro que aqui, senti-me a falar sozinha, mas lá arranjei uma forma de dar a volta à situação. Optei por criar uma analogia:

"- Ok. Então imaginem assim: há mulheres normais, certo? E há mulheres "boazonas", com tudo no sítio. As primeiras podem ter barriga e boas pernas, podem ser mais baixas, mais altas e com mamas demasiado grandes ou demasiado descaídas, etc., e as outras são mulheres com uma boa constituição que, independentemente de serem altas ou baixas, são bem conformadas e tudo em si é proporcional. Pronto, com as cabras é igual."

Foi positivo o feedback. Fiz-me entender e ainda acharam piada.

"CR7 dos sobreiros"

Agora, na época efusiva do apoio à Selecção Nacional e, onde há bandeiras espalhadas por todo o lado e um espírito cooperativo efémero até ao ganho de uma taça, até a malta das notícias agrárias sabe como cativar o público.
Hoje, enquanto lia as notícias do sector agro-pecuário, no blogue do Diário Agrário, chamou-me a atenção o seguinte título: "Seleção genética nacional para ter o CR7 dos sobreiros".
Isto traduzido por miúdos baseia-se no seguinte: "Investigadores portugueses estão a descodificar o genoma do sobreiro para conseguir assim as melhores árvores e cortiça de qualidade superior". Portanto, o objectivo desta investigação é apurar os sobreiros com os melhores genes e reproduzi-los até se obter o sobreiro com o fenótipo ideal, ou seja, possuidor de uma cortiça de excelente qualidade.
Nada a ver com futebol e "Ronaldinhos" da Madeira. No entanto, o senhor, escritor da notícia, chegando cheio de espírito patriótico e futebolístico ao escritório, quis colocar o espírito todo só no título.
E fez muito bem! Viva Portugal e a selecção nacional genética!

sábado, 9 de julho de 2016

Pela serra ...

As fotografias não são actuais (pois já não há ovelhas a pastar nesta parcela de terreno) mas a beleza dos locais ainda se mantém.


Uma ovelhinha curiosa ...


Particularmente linda, a complementaridade existente entre a vista do rebanho e a vista para a cidade.


Havia poucas para matar a fome... 


Fotografia tirada antes. (Antes ... )


Estas ainda pastam, por vezes, nos arredores da cidade (como foi o caso)


Já mesmo no meio do parque natural. Floridas (ou cruzadas de), se não estou em erro.


Ao longe, uma manada de vacas mansas (carne). 


Barragem da Apartadura (perto de Marvão).


Algumas cabras Murciano-Granadinas, no parque natural da serra de S. Mamede.



sexta-feira, 8 de julho de 2016

Será que um homem sem fod** sabe escrever bem?

Numa entrevista, publicada no site El País, a 19 de Setembro de 2015, António Lobo Antunes começa por afirmar, quando o entrevistador lhe menciona que Lisboa é a cidade de Fernando Pessoa, que a escrita deste lhe causa aborrecimento. Acha-a demasiado semelhante a outros escritores. Admitindo mesmo: "pergunto-me se um homem que nunca fodeu pode ser um bom escritor".
Esta é uma afirmação, um tanto ou quanto... bruta.
Pessoalmente, se fosse o Nandinho, ter-lhe-ia respondido "Se não sou um bom escritor, pega na tua caneta e ensina-me a escrever!", só assim por causa das coisas. Mas como o senhor já não é vivo, também não vale a pena começar com pensamentos necrófilos.

Relativamente ao dito, não concordo, em nada, com a opinião do sr Lobo. Primeiro, porque não há provas que o Fernando não tenha mesmo "fodido" (tem de ter aspas porque é palavrão) com ninguém. A Ofélinha, de certeza que não se aguentava o tempo todo, ao lado dele, só com palavras de amor e beijinhos na boca e... mesmo mais tarde, quando afirmaram que o senhor seria homossexual, também não há provas que ele não tivesse provado o prazer de um membro possante e duro a entrar-lhe pelo cu a dentro (que me perdoem os mais sensíveis).
Por isso, defendo-o vivamente.
Segundo, porque o senhor Fernando era um excelente escritor. Pode ter deixado textos que não agradavam a alguns, mas não há dúvida alguma que ele, como pessoa, era um autêntico génio. Pessoalmente, também não fui fã de certos poemas dos heterónimos. Achava-os realmente aborrecidos. Mas pensando que esses heterónimos fazem parte da pessoa que Pessoa foi, passei a vê-los com outros olhos.
A essência, na minha opinião pessoal, está em todos os escritos que Fernando Pessoa (o próprio) nos deixou, e não nos 3 ou 4 ou 5 estados de espírito, que ele quis separar de si e dar-lhes nome, que criou.

quinta-feira, 7 de julho de 2016

a criança que eu fui

Eu, quando era criança, era uma criança extremamente inteligente e, agora que olho para trás, vejo que realmente as provas a favor disto são totalmente irrefutáveis.
Não me recordo exactamente de que idade teria quando sucedeu este episódio mas, quero presumir que tivesse cerca de 10 anos, até porque, mais velha que isso, já esta partilha iria denegrir muito a minha imagem.
Era pequena e ingénua naquela altura e, ao chegar-me à mesa da sala de jantar, vi uma coisa que nunca tinha visto antes: o BI da minha mãe.
Olhei para a fotografia e pensei "é tão nova e tão bonita". Depois, tentei compreender o que dizia no resto das secções do cartão, até que, na parte da frente encontrei a "Data de Validade". Olhei para a data e dizia 2/8/2013 (um exemplo). Depois, olhei novamente para a a fotografia da minha mãe e pensei "Tão nova e tão bonita... E vou ficar sem ela em 2013" e comecei a chorar ... e ainda devo ter passado um belo tempo a chorar nesse dia, mas evitei que me vissem.
Só mais tarde contei este episódio aos meus pais, e a minha mãe disse que eu fui um bocado estúpida.
Mas não. Ela por vezes exagera...

Os animais são empáticos (digo eu)

Para comprovar esta minha afirmação posso-vos descrever dois episódios passados comigo.

Já tinha combinado, há muito, ir passar alguns dias com uma amiga, um dos gatinhos dela, o Conguito, e conhecer um novo residente da casa. 
Aconteceu ter calhado isso há uns meses. 
Nesse dia, em que iria ter com ela, por uma razão pessoal, que não interessa ser transcrita, passei um dia inteiro bastante fragilizada e, como tal, chorava baba e ranho mal ouvisse alguma coisa que não me caísse muito bem - Haters gonna love! - e nesse dia nada de nada me caiu muito bem. 
Como combinado, no fim de tarde, cheguei a casa dela. Só que estava cansada, exausta, o dia tinha sido extenuante fisicamente e emocionalmente cansativo. Mas fiquei melhor na sua companhia.
Já lá não ia há mais de um ano e, como tal, queria voltar a matar saudades. Naquela altura, apenas o Conguito estava lá. Mas agora, havia mais um outro inquilino chamado Garfield. Este é um bebé grande, com meses de vida, jovem, mas grande em estatura, possivelmente arraçado de Maine Coon. O Conguito é um elegante ex gatinho de rua, preto, de olhos verdes, adulto. Os dois não são nada sociáveis com pessoas novas e mesmo eu, tendo ido imensas vezes a casa da minha amiga, o Conguito, sempre que lá vou, ignora-me profundamente no início. 

Como sempre, dormi na sala, num sofá cama que estreei nesse dia. 
Na manhã seguinte, acordei ao sentir alguém (de pequena estatura e com quatro patas) a andar ao meu lado no sofá. Esse alguém parou, ao lado da minha cara, e senti um monte de pêlo mandar-se para cima dela - naquela altura tinha os olhos tapados e não estava grandemente interessada em acordar. Ora, não querendo acordar, acordei, com um ronronar em som surround e uma mini lixa a lamber-me a orelha e a despentear-me o cabelo. Depois, de uma forma que eu descrevo como muito carinhosa, talvez até sensual, arrisco, sinto uma boca com duas fileiras de dentinhos pequenos e afiados a mordiscar-me a orelha. E isto tudo durante cerca de 5 minutos. Até que esse alguém se apercebe que o carinho ali demonstrado é apenas unilateral e opta por se ir embora. Sorrateiramente levanto os olhos do lençol para espreitar e vejo que o senhor Garfield, que não sendo um gato dado a gente nova, optou por me dar as boas vindas com um tratamento com maior intimidade.

Mais tarde, estava sozinha na sala a ver televisão. Deitado (em decúbito esternocostal - isto é importante para manter o tom lírico no texto) estava o Conguito ao meu lado direito. Naquele momento, eu - Epá, entrou-me uma mosca para o olho! - deitei umas lagrimitas. O menino olhou fixamente para mim e colocou as duas mãozinhas (membros anteriores - olha o tom!) em cima da minha perna, enquanto me deixava afagá-lo. Depois, quando acalmei, olhou para mim, tirou as mãos e voltou à sua pose habitual de gatinho encolhido e de olhos fechados, ao meu lado no sofá.

Cada qual que tire destes episódios as suas próprias conclusões. Eu cá, além de ficar com a certeza que só posso ser uma óptima pessoa (Só posso! Claro!), também fico, com mais certeza ainda, que os animais - todos - sentem o que outros animais, e pessoas, sentem. 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Vende-se

Procuro emprego bem pago como vendedora.
Em particular gostaria que me dessem a oportunidade de vender umas pedritas azuis, com um líquido, que dizem pertencentes a Santo António, padroeiro da cidade de Portalegre. De uma altura em que ia à mata mijar (peço perdão aos especialistas mais sensíveis pelas expressões populares utilizadas). Diz a lenda que, quando o santo estava a realizar as suas necessidades (as mais básicas de todas), o líquido libertado ficou armazenado em pedras de cor azul, tendo aí permanecido armazenadas até à data.
5€ cada + Portes de envio

terça-feira, 7 de junho de 2016

Bastava-nos amar

Bastava-nos amar. E não bastava 
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia? 
O vento como um barco: a navegar. 
Pelo mar. Por um rio ou uma veia. 

Bastava-nos ficar. E não bastava 
o mar a querer doer em cada ideia. 
Já não bastava olhar. Urgente: amar. 
E ficar. E fazermos uma teia. 

Respirar. Respirar. Até que o mar 
pudesse ser amor em maré cheia. 
E bastava. Bastava respirar 

a tua pele molhada de sereia. 
Bastava, sim, encher o peito de ar. 
Fazer amor contigo sobre a areia. 

Joaquim Pessoa, in 'Português Suave'

domingo, 5 de junho de 2016

Só os sábios têm dúvidas, como diria o outro senhor ...

‎"Só sabemos com exactidão quando sabemos pouco. À medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida." 

J. W. Goethe

sábado, 4 de junho de 2016

Forgiveness


"It's so important to forgive people for their wrongs in your own life because every bit of it was for a reason - it was to form the person that you are." Tyler Perry

É importante, de facto, perdoarmos às pessoas pelas suas falhas. Pois todos nós somos humanos e ninguém é capaz de ser uma máquina perfeita de pura lógica e nunca errar. Além de que, é através do contacto com os erros dos outros, e mesmo através das consequências dos nossos, que aprendemos a viver, bem como tomamos mais consciência de falhas existentes em nós. Que até então nunca as tínhamos notado.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

POEMA QUADRAGÉSIMO SEXTO












"Peço-te. Não pises as violetas
que trago no olhar.

Falemos dos brilhos estilhaçados
desta casa súbita que é o teu corpo
devoluto. A noite devora as palavras possíveis,
o sofrimento que pulsa em tua boca
e torna a minha boca vulnerável.
O amor é um nada que a liberta, uma luz
que desce dos ombros para o ventre
e fecunda as sementes da tua virgindade,
essa que faz agora parte de uma dor quase
amigável, na lividez do tempo,
e que entregas em minhas mãos, beijando-as,
tornando-te parte dos meus versos, da
minha forma mais profunda de gostar
de ti.

Amar-te, é escrever-te.
Amar-te é deixar que me toques até ser teu,
até que te deites no meu corpo e adormeças
inteira dentro de mim.

Peço-te. Não pises as violetas
que trago no olhar. Cheiram a ti. São para ti.
Um "bouquet" de palavras que floriram
neste tempo de amor."

Joaquim Pessoa em Guardar o Fogo (2013)

Alvíssaras!

Tudo o que é velho, gasto, usado ... destoa. Já não é necessário.
Ninguém guarda lixo. Coisas que já não são precisas. Segue-se em frente, vira-se a página.
Com os blogues acontece a mesma coisa.
Esta é uma página nova. Não importa a velha, o que importa é o recomeço e tudo o que se pode fazer com ele.
Num mundo virtual, em que até os blogues já estão a perder a audiência, divirtam-se por cá.