sexta-feira, 29 de julho de 2016

Depois de te amar tão loucamente

Depois de te amar tão loucamente,
depois dessa paixão que me abrasou,
depois dessa tesão omnipotente
que os ossos do bom senso devorou,

achei-me um dia só, subitamente,
perguntando-me – agora onde é que vou
sem ninguém a quem amar intensamente,
sem ninguém a quem me dar tal como sou?

E a resposta não veio. Fiquei sozinho
afogando-me em desespero e vinho,
em tristes píveas, em anti-depressivos

e de ti, que hoje és apenas história,
guardo somente a saudosa memória
num pintelho entalado entre os incisivos.

Francisco Correia Pina


                                             (...Soberbo! Soberbo!)

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